quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Fetems conversa com Simone Tebet e promete recorrer ao STF por carga horária


Ari Theodoro e Evelin Araujo
Representantes da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) reuniram-se na tarde desta quarta-feira (18) na sede da Governadoria, no Parque dos Poderes, em Campo Grande, para apresentar uma “carta aberta” a governadora em exercício, Simone Tebet. A reunião foi marcada pela Fetems mesmo sem saber que na tarde de hoje foi revogada a liminar da Justiça que determinava a concessão de 1/3 da carga horária para planejamento de aulas. Agora, a Federação deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal para conseguir que a lei do piso e da carga horária seja cumprida.
Evilin Araujo
O Estado alega que a medida deve ‘onerar a folha de pagamento’, mas na ‘carta aberta’, os professores rebatem e dizem que isso não serve como justificativa. “Falta com a verdade quem diz que, para conseguir cumprir a jornada de 33% será preciso contratar 4 mil novos professores. Será necessário contratar apenas 1.500”, diz um trecho da ‘carta aberta’, que foi entregue à Simone Tebet.

Já a Fetems diz que esse número é bem inferior aos 9 mil convocados sem concurso público, conforme admite o governador André Puccinelli. “No ano passado, foram nove mil professores convocados e nem todos estavam em sala de aula, já que muitas escolas fecharam e outros estavam em outras funções. Em anos anteriores, trabalhávamos com menos profissionais, eram cerca de seis mil professores efetivos. Então, se o governo não “arrochar” essa convocação e se todo mundo for para a sala de aula, a qualidade da educação será melhor, a exemplo de outras capitais”, avalia o presidente da Federação.

Lembrando que, na segunda-feira (16), seis horas após a decisão do desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte, o governo estadual recorreu da decisão e afirmou que precisava se manifestar. “A legislação afirma que quando há um mandado de segurança contra o Poder Público, o Estado tem 72 horas para se manifestar e isso não foi feito. Esperamos que eles sejam ouvidos e que a Lei seja cumprida”, falou o presidente.
  
Os professores optaram conversar diretamente com Simone Tebet justamente porque ela, enquanto prefeita de Três Lagoas, em 2009, aprovou uma medida que determina esse tempo de 1/3 da carga horária (ou o aumento 25% para 33%) para o planejamento de aula.

Impacto na folha de pagamento

Mesmo com o impacto na folha de pagamento dos professores, o presidente da Fetems, Roberto Magno Botarelli César, afirma que a decisão da Lei Federal 11.738/08, que obriga a ampliação de 25% para 33% deve ser mantida, já que o profissional terá mais qualidade de vida e o ensino nas escolas estaduais será melhor.

“Como exemplo, os professores do 7° ano do Ensino Fundamental possuem cerca de 300 a 500 alunos por semana. Além das 40 horas semanais na escola, eles levam provas, trabalhos para corrigir e a preparação de aulas para fazerem em casa, o que leva em média 12 horas a mais do final de semana trabalhando, sem remuneração. Então, muitos profissionais ficam estressados e levam atestado médico. A classe está doente e precisa de mais qualidade de vida”, afirma o presidente da Fetems.

Leia a íntegra da carta aberta para a Governadora Simonte Tebet, clicando no Link abaixo:


http://www.midiamax.com.br/arquivos3/287640005.pdf



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